São cada vez maiores os impactos da tecnologia nas relações de trabalho!
A internet, as redes sociais e os gadgets estão muito presentes no cotidiano, influenciando comportamentos pessoais e profissionais.
Mas o impacto da tecnologia no trabalho tem gerado alguns debates e dúvidas, tanto para empreendedores quanto para os colaboradores.
Como se trata de tema relevante para a rotina das empresas, hoje falaremos sobre o impacto da tecnologia na comunicação e no trabalho, principalmente sobre o monitoramento das condutas virtuais.
Qual é o impacto da tecnologia nas relações de trabalho?
É comum que as empresas inspecionem as atividades online dos seus colaboradores, tanto dentro como fora do ambiente de trabalho.
Gestores podem monitorar o uso da internet corporativa e observar se funcionários a utilizam para acessar contas pessoais, como e-mail e redes sociais.
As organizações também podem fiscalizar o acesso de aparelhos corporativos, como computadores, celulares e tablets entregues aos colaboradores.
Isso pode ser feito com diversas finalidades, por exemplo, para averiguar a produtividade, ociosidade, ou o uso da internet para atividades inadequadas.
Outra maneira de monitoramento é pela exposição pessoal dos funcionários em ambientes virtuais, como postagens em redes sociais.
Nas relações de trabalho é possível que tanto o uso inadequado dos bens da empresa quanto publicações nas redes gerem advertências ou, até mesmo, demissão do colaborador.
Como as empresas podem fazer o monitoramento virtual?
Normalmente, as empresas utilizam plataformas voltados ao setor de Recursos Humanos (RH), que realizam o monitoramento de todos os colaboradores.
Essas aplicações permitem que regras de acesso sejam criadas e que as atividades executadas por meio da internet corporativa sejam observadas em tempo real.
Na hipótese das redes sociais, a empresa pode estar sempre de olho nas publicações dos colaboradores para averiguar se alguma contém informações sigilosas do negócio, ou se alguém está danificando a imagem no mercado.
O que a legislação diz sobre o monitoramento virtual?
Até agora não há legislação específica para tratar sobre o tema.
Logo, é necessário observar as regras gerais das relações de trabalho e dos direitos individuais previstas na Constituição de 1988, na Consolidação das Leis do Trabalho, Código Civil etc.
Por isso o ideal é procurar assessoria especializada para auxiliar na conformidade trabalhista da sua organização.
Nesse sentido, vejamos alguns exemplos do que as empresas podem fazer:
- monitorar quais sites foram visitados e por quanto tempo durante o expediente;
- saber quantas vezes ao dia o e-mail pessoal foi checado;
- acompanhar publicações sobre a empresa nas redes sociais;
- averiguar o conteúdo do e-mail corporativo;
- fiscalizar tudo que é realizado nos perfis oficiais da empresa.
Por outro lado, existem limites que os empreendedores não podem ultrapassar, como:
- ler conteúdo do e-mail particular do colaborador;
- fiscalizar atividades dos colaboradores nas redes sociais que estejam protegidas por configurações de privacidade, como conversas pessoais, publicações restritas etc;
- punir o colaborador por usar as redes sociais ou e-mail, se a proibição não foi explicitada previamente, bem como se não estiver no código de conduta da empresa.
Como saber o nível de conformidade trabalhista da minha empresa?
O papel da assessoria profissional é garantir que os direitos das partes envolvidas na relação trabalhista estejam preservados.
Há uma linha tênue entre as possibilidades da empresa e o abuso de direito, sendo necessário cuidado para não atravessá-la e criar riscos.
Qualquer erro pode gerar indenizações, multas e exposição, manchando a imagem e desequilibrando as contas do negócio!
Umas das formas de precaução é através do regulamento interno e também com alterações no contrato individual de trabalho, informando sobre o monitoramento, incluindo as regras de acesso às contas pessoais, tempo de uso etc.
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Os impactos da tecnologia nas relações de trabalho são reais e afetam cada vez mais o dia a dia nas empresa.
Por isso, é fundamental avaliar o nível de conformidade na sua organização, para prevenir riscos e evitar prejuízos.
Fonte: Fortes Advogados Blog